Estive participando do Seminário de Combate a Obesidade Infantil, na
terça-feira, dia 25/06, na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte.
Verdadeiramente, eu já venho provocando o debate do tema tanto na rádio
como em palestras.
Segundo o IBGE, os números são alarmantes. De
1989 até hoje, o percentual de sobrepeso em crianças de 7 a 12 anos
passou de 15% para 34% nos meninos e de 11,9% para 32% nas meninas. Ou
seja, o crescimento foi estrondoso, praticamente triplicou. Isso é
grave, sério e preocupante.
Temos que agir e rápido, tanto no
direito quanto na medicina. Ambos não socorrem quem dorme. O objetivo é
de realçar o que realmente engorda e tentar despertar na política
pública, na comunidade, na escola e na família a consciência de que
esse é um problema que atinge milhares de crianças em todo o país.
Mudar
exige atitude frente ao conhecimento da realidade que se apresenta.
Saímos da condição de morte por fome e morremos um pouco a cada dia pela
desnutrição causadas pelo excesso de calorias vazias.
Dentre as causas de SOBREPESO E OBESIDADE citamos alguns fatores:
1)
EMOCIONAL:
Em todas as etapas da nossa vida, há sempre aqueles momentos
que buscamos o alívio nos alimentos. O alimento se torna compensatório
para as frustrações, para as perdas, para as decepções, para as mágoas.
Então, durante a nossa formação, tudo pode representar-se por comida,
com alimentos que, na maioria das vezes, não são nutritivos.
2) Armadilhas de QUEM COMPRA os alimentos;
A
responsabilidade de colocar o alimento na mesa é nossa, de nós adultos.
Então, quando vamos ao supermercado, temos que deixar de lado as
armadilhas. Temos que parar de encher o carrinho de guloseimas
compensatórias. Sabe aqueles biscoitos recheados, chips, doces, bombons,
refrigerantes, pizza e uma infinidade de produtos industrializados?
Deixe todos eles nas prateleiras, a maioria deles são vazios de
nutrientes, hipercalóricos e lotados de conservantes, edulcorantes,
estabilizantes e tantos outros “antes” que vão subtrair nossa saúde ao
longo dos anos depois.
3) O apelo exagerado dos comerciais de TV em horários de programas infantis
A
um clique das nossas mãos estão controles remotos mas não temos tempo
para policiar essa situação e nossas TV’s continuam a bombardear nos
intervalos, principalmente, nos horários infantis com todo o tipo de
guloseimas... é o chocolate sem parar, o bis, pizzas com guaraná em
porções pouco econômicas, criando desejo através dos hormônios que são
liberados pelo nosso cérebro. O exagero das imagens perde terreno para a
realidade.
4) Leis que proíbem alimentos hipercalóricos e recheados de calorias vazias ainda não são realidade nas escolas.
Escolas
particulares e até mesmo públicas, apesar da lei proibitiva, continuam a
oferecer cardápios ultracalóricos em suas cantinas e lanchonetes, esses
“alimentos” vão desde o ki-suco ou suco artificial, cachorro quente,
coxinhas encharcadas de gorduras trans, enfim um festival de “besteiras”
cheias de corantes que verdadeiramente saciam temporariamente.
5) Vendedores ambulantes nas portas das ESCOLAS;
Na porta das escolas sempre tem um vendedor ambulante de
doces, balas, chocolates , algodões – doce, chicletes, pirulitos e
cachorro-quente. O vendedor, ao ver a criança com a nota de R$ 5,00
sempre convence, com o sábio poder de persuasão a levar mais isso e
mais aquilo. E a criança, sem noção, sai dali com as mãos cheias, a se
esbaldar e os pais sem controle do que acontece não observa o dano
gerado e que na maioria das vezes, vira um hábito e que agrava a cada
dia que passa.
Nossas famílias estão comendo menos arroz e
feijão. A terra está ficando pesada, a saúde das nossas crianças,
adolescentes está a beira do caos. Aqui, neste país farto e abençoado
por Deus, a miséria do desconhecimento continua. Não investimos em
prevenção, não educamos para a alimentação correta, saudável e benéfica e
sucumbimos ao ônus das doenças às vezes, limitantes como é o diabetes, a
Hipertensão, a esteatose hepática e tantas outras comorbidades
coadjuvantes além da síndrome plurimetabólica. Morremos pela boca, todos
os dias.
Até quando vamos continuar banalizando os valores dos
alimentos e bebidas? Por que Deus com sua sabedoria plena não criou os
conceitos alimentares dos dias atuais, não está nos anais bíblicos, não
criou o refrigerante. Abrindo um parêntese para explicar o inocente
refrigerante, tem pH 2,5 e o pH do nosso sangue é 7,5 para esse
veneninho entrar para a nossa circulação o organismo terá que fazer o
maior esforço equilibrar esse pH. Simples... basta tomar 32 copos de
água da boa para compensar um copo de refrigerante.
Só e somente
só, iremos corrigir essa situação quando nossas famílias, escolas,
comunidade e entidades governamentais decidirem, juntos a equipes
multidisciplinares em saúde – quem quer ter a alimentação como fonte de
nutrição terá que arregaçar as mangas e ir ao trabalho porque com esse
foco trabalharemos a esperança de um mundo melhor.
Boa leitura.
Até.